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sexta-feira, 17 de setembro de 2010

BENDITA SERÁ A TUA CASA

(Pr. Ismael)

“A casa dos ímpios se desfará, mas a tenda dos retos florescerá”. (Pv 14:11)

Deus quer que nossa casa floresça, que ela prospere e seja feliz em unidade e amor. Um lugar de comunhão e crescimento, um cantinho do céu.

Eu acredito na Bíblia, em Pv.14:11, quando diz que a casa dos ímpios se desfará, mas a casa dos justo florescerá. Puxa, como é bom ler isso! Nos dá força para continuarmos, a despeito de tantas lutas pelas quais os lares cristãos tem passado. Este texto nos encoraja, nos levanta e traz de volta para a corrida da vida com Deus.

Mas aí pensei: como florescer se a mesma bíblia diz que não há um justo sequer sobre a face da terra? Aí é que está o segredo. A diferença entre os cristãos e os ímpios reside no fato de que o cristão não vive pecando e não vive no pecado, mas eventualmente peca e quando peca, tem Jesus que o perdoa e o justifica, ou seja, o torna justo de novo.

Ser justo indica não só ausência de erros e pecados, mas também a presença de boas práticas na nossa
vida, coisas que alegrem o coração de Deus e o coração dos homens. Gostaria de destacar algumas coisas para se colocar em prática na casa dos justos:


1) A família precisa se desfazer de tudo aquilo que tenta ocupar o lugar de Deus


“Então, disse Jacó à sua família e a todos os que com ele estavam: Lançai fora os deuses estranhos que há no vosso meio, purificai-vos e mudai as vossas vestes”. (Gn 35:2)
Pedir perdão a Deus por ter, ainda que por um pouco de tempo, permitido que outras coisas entrassem em nosso lar e empurrassem o trono do Senhor para um cantinho da nossa casa. Purificação da família: esta é a ordem de Jacó, este deve ser o ensino e a prática de um lar.


2) Voltar a fazer de Deus a sua prioridade numero um


“Se você dirigir seu coração a Deus, e para Ele estender as mãos; se não hospedar a injustiça em sua tenda, então você poderá levantar o rosto sem mancha, e não terá medo nas dificuldades”. (Jó 11:13-15)
Aqui ele nos chama, como família, para a verdade sempre, mesmo nos apertos e pressões. Nos chama para viver com justiça, ainda que a presença da justiça não nos seja favorável, ainda que com prejuízo da nossa parte, mas a justiça sendo feita, Deus nos ajudará nas dificuldades que surgirem e não haverá mais medo, pois haverá uma convicção nos corações que o Senhor estará chegando com a recompensa.


3) A justiça e a bondade são irmãs de caminho, que estejam juntas em nossa casa


“Porventura näo é também que repartas o teu päo com o faminto, e recolhas em casa os pobres abandonados; e, quando vires o nu, o cubras, e näo te escondas da tua carne?Entäo romperá a tua luz como a alva, e a tua cura apressadamente brotará, e a tua justiça irá adiante de ti, e a glória do SENHOR será a tua retaguarda.Entäo clamarás, e o SENHOR te responderá; gritarás, e ele dirá: Eis-me aqui. Se tirares do meio de ti o jugo, o estender do dedo, e o falar iniquamente;E se abrires a tua alma ao faminto, e fartares a alma aflita; entäo a tua luz nascerá nas trevas, e a tua escuridäo será como o meio-dia.E o SENHOR te guiará continuamente, e fartará a tua alma em lugares áridos, e fortificará os teus ossos; e serás como um jardim regado, e como um manancial, cujas águas nunca faltam.E os que de ti procederem edificaräo as antigas ruínas; e levantarás os fundamentos de geraçäo em geraçäo; e chamar-te-äo reparador das roturas, e restaurador de veredas para morar”. (Is 58:7-12)

Veja que a justiça e bondade estando presente em nosso lar, isso faz com que o Senhor nos ouça quando clamarmos e nos guiará no tempo de trevas. Aliás, se as trevas chegarem, a sua luz nascerá naquele instante e dissipará toda treva. Ele nos dará de comer e beber mesmo em lugares áridos onde nada existe, onde falta tudo e ainda fortificará nossos ossos, ou seja, nos dará saúde para vivermos a vida. E mais, os nossos filhos serão construtores de um novo tempo, não serão motivo de vergonha ou preocupação. Serão filhos que encherão os olhos dos pais com alegria.


4) Viver com fé, crer na recompensa dos justos prometido pelo Senhor


“A sua posteridade será conhecida entre as nações, os seus descendentes, no meio dos povos; todos quantos os virem os reconhecerão como família bendita do SENHOR”. (Isaías 61:9)
Essa é a recompensa de um justo, relacionamentos de amor, filhos abençoados e reconhecidos na sociedade como gente do bem, gente de Deus, cidadãos do céu.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Não tenho ouro, nem prata...


Pr. André Lepre


Pedro e João subiam juntos ao templo à hora da oração, a nona.E era trazido um homem que desde o ventre de sua mãe era coxo, o qual todos os dias punham à porta do templo, chamada Formosa, para pedir esmola aos que entravam. O qual, vendo a Pedro e a João que iam entrando no templo, pediu que lhe dessem uma esmola. E Pedro, com João, fitando os olhos nele, disse: Olha para nós. E disse Pedro: Não tenho prata nem ouro; mas o que tenho isso te dou. Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda. E, tomando-o pela mão direita, o levantou, e logo os seus pés e artelhos se firmaram. E, saltando ele, pôs-se em pé, e andou, e entrou com eles no templo, andando, e saltando, e louvando a Deus. E todo o povo o viu andar e louvar a Deus;

O livro de Atos marca o nascimento e expansão da igreja cristã nos seus primeiros 30 anos, e que começou com um pequeno grupo de discípulos em Jerusalém. É um registro histórico da igreja primitiva e um livro com lições e exemplos vivos da obra do Espírito Santo.
Em Atos podemos ver o cumprimento de muitas promessas do Cristo, o desinteresse, a caridade dos primeiros Apóstolos, a prova da ressurreição e aparições do Senhor Jesus, a difusão do Espírito no Cenáculo de Jerusalém e o que sucedeu a estes até a sua dispersão, para pregarem o Evangelho em todos os lugares ao seu alcance.
O livro de Atos começa com o episódio do derramamento do Espírito Santo prometido por Jesus no capítulo 1:8 – “Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra.”
Atos descreve o que Jesus continuou a fazer e a ensinar depois de sua ascensão, mediante o poder do Espírito Santo operando através dos seus discípulos.
A virtude a que o versículo acima se refere é traduzida por “poder”, que no original grego é “dunamis”, que significa força, habilidade, gerador de energia, para se realizar um determinado trabalho.
No português, a partir desse termo grego se derivam outras três palavras: Dinamite, dínamo e dinâmico. Esta palavra era usada para indicar milagres, fatos que requeressem poder extraordinário e sobrenatural, como quando Pedro fala ao aleijado no templo (At. 3,12). É como, explicando de um modo simples, se Deus colocasse nas mãos do homem um poder de milhares de dinamites, com a energia de milhares de bombas atômicas, para explodir o inimigo.
É dentro desse cenário de Atos dos Apóstolos que nós podemos notar nos primeiros 4 capítulos a atuação de forma muito incisiva do Apóstolo Pedro, que em nada lembra aquele Pedro que no Evangelho de Lucas capítulo 22 nega a Jesus e que vai ser tratado por Ele em João 21, onde então recebe o comissionamento por parte do Mestre para apascentar as suas ovelhas.
O Pedro que nós vemos aqui já é um Pedro cheio do poder e da unção de Deus, por intermédio do Espírito Santo. Já havia pregado para uma multidão onde quase 3 mil pessoas haviam se convertido.
Quando olhamos para Pedro em Atos dos apóstolos, temos a certeza de que independente de quem sejamos, seja lá qual for o nosso grau de instrução, nossa condição financeira, cor, religião, caráter, defeitos, pecados, Deus transforma nossas vidas, muda histórias, renova o fraco e o abatido, restaura o caído, enche de unção, força e poder todo aquele a quem Ele desejar alcançar.
Não importa que tipo de vida você levou até hoje, não importa que tipos de pecados você cometeu, que tipo de negação de Cristo você praticou! Deus pode fazer de você uma bomba atômica nas mãos d’Ele para transformar o mundo e explodir com todas as maldades dessa vida.
Quando chegamos ao capítulo 3 (o alvo de nossa reflexão), vemos que Pedro se depara com um coxo. Um homem que a Bíblia descreve que o seu estado era desde o seu nascimento e que todos os dias colocavam-no na porta (Formosa) do Templo para pedir esmolas, pois era um local de grande circulação de pessoas.
Diz a Bíblia que Pedro e João subiam ao templo para a oração da hora nona (3 horas da tarde). Os judeus tinham o costume de orar três vezes ao dia nos horários das 9 horas, 15 horas e 18 horas.
Aí podemos perceber algo muito interessante. A Bíblia diz que Pedro E João subiam para orar. A conjunção aditiva E nos dá a conotação de que eles estavam em sintonia, com o mesmo propósito, com a mesma visão. Eles estavam juntos. Eles iam orar juntos.
Trazendo para a realidade dos nossos dias, podemos constatar que nem sempre há essa sintonia em nossas igrejas. Todos estão juntos para um congresso de louvor e adoração, para uma festa, para um passeio e até mesmo para um enterro, mas não conseguimos ver esse mesmo espírito para a oração. Você já percebeu quando o pastor de uma igreja diz que haverá um culto de oração quantas pessoas aparecem? É... a igreja precisa urgentemente voltar o seu foco para a oração!
Podemos enxergar 3(três) personagens nessa passagem:

1º) O coxo;
2º) A sociedade;
3º) A igreja de Cristo (Representada por Pedro e João)


Pedro e João se deparam com esse homem na porta do templo pedindo-lhes esmolas.

Como no Judaísmo era uma ação louvável dar esmolas, o mendigo sabiamente se colocava onde todos pudessem vê-lo, no momento em que procuravam a Deus, no momento em que iram orar.
Por uma inspiração divina enxergamos o perfil desse homem, como ele era, o que pensava, o que pretendia... Vamos refletir sobre o seu perfil:

Acomodado com a situação: A Bíblia não se refere a ele como um jovem, mas, vai se referir como “um homem coxo”, e que era assim de nascença, ou seja, já não era mais um jovem, era alguém que já tinha uma idade avançada. E talvez por conta disso, por achar que não haveria mais como reverter aquele quadro, ou porque não haveria mais oportunidades de uma vida melhor para ele, se acomodou.
Conivente com a situação: Para esse homem era conveniente estar ali porque afinal de contas todos que por ali passassem se penalizariam com ele. Para ele era muito mais fácil pedir do que se esforçar para trabalhar, por exemplo. Ora afinal de contas, ele era coxo, mas, não era surdo, não era cego, não era mudo, do tronco para cima era uma pessoa normal, suas faculdades mentais estavam em perfeito estado.
Alcançado pela religiosidade: Afinal de contas quem lhe dava esmolas acreditava que estava cumprindo com sua obrigação, com seu ritual. E esse homem então assume a religiosidade dos outros achando que recebia aquilo que precisava.
Não conseguia enxergar nada além do ouro e da prata: Esse homem não conseguia enxergar algo além do valor do metal. Para ele, ouro e prata eram suficientes para a sua vida, suas necessidades. Ele só conseguia enxergar o que a sociedade lhe apresentava. Não conseguia vislumbrar outra forma de viver. Ele era capaz de pedir esmolas, mas, não era capaz de clamar ao Deus dos céus.
Esse homem era atrofiado no corpo, mas também era atrofiado na alma, nas expectativas, na visão, nas ações e na mente.
Esse homem era coxo e estava gerando atrofias nos outros: explicando melhor, existem muitos coxos hoje em dia como esse homem, pessoas que estão coxas e que estão atrofiando outras pessoas na vida espiritual, na vida sentimental, na família, na comunhão com Deus, na sua profissão, no seu ministério, nos seus sonhos e nos seus projetos.
Atualmente, pessoas na situação deste aleijado não conseguem ver nada mais além das circunstâncias, das dificuldades e isso vai acabando por se desencadear também na sua integridade física, prejudicando-lhe a saúde.
A sociedade daquela época, por sua vez, era acomodada com a realidade desse homem e com a de tantos outros, pois era muito mais fácil dar uma esmola do que cuidar, tratar, dar carinho, atenção, oferecer condições de desenvolvimento ou a oportunidade de vislumbrar uma vida diferente. Isso tudo dá muito trabalho! E quem quer ter trabalho?
Para a sociedade era conveniente dar esmolas, pois só assim, todas as pessoas veriam o quão piedosa ela era, quão preocupada ela era. O quão sensibilizada ela era. Essa sociedade também era impregnada pela religiosidade. É quando achamos que cumprimos com a nossa obrigação, com o nosso papel e não há mais nada que possa ser feito. É quando mostramos que aquilo ali está muito bom e que não necessitamos de algo mais. A sociedade dessa época não conseguia oferecer para esse homem nada mais além de algumas moedas, migalhas, nada mais além do físico, do material. “Ele, porém, respondendo, disse: Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus.” (Mateus 4:4)
E por já estar atrofiada, acabava atrofiando aqueles que se estabeleceram como “coxos”. E acabava gerando pessoas atrofiadas nas expectativas de uma vida abundante.
Infelizmente a sociedade de hoje e a igreja de nossos dias que temos visto tem se comportado exatamente como a sociedade daquela época. Vivemos em uma sociedade que está impregnada de religiosidade, sincretismos religiosos que criam uma confusão na mente das pessoas. Uma sociedade cujo foco está somente no material, na vontade de ter e não de ser. Uma sociedade que diz que “vale tudo para ser feliz!” Uma sociedade assistencialista que só olha para o próximo quando uma grande catástrofe acontece.
E aí vemos a igreja de hoje tirando o foco do seu objetivo principal (pregar o evangelho a fim de salvação eterna) embarcando no que chamamos de “evangelho social”. Uma igreja que não ensina como pescar, mas, que tem dado o peixe na bandeja. Pastores que são mais psicólogos, mais assistentes sociais do que pastores, distanciando-se da função de um pastor (Direcionar, proteger e alimentar espiritualmente suas ovelhas). Que geram pessoas que ficam “coxas” nas suas atitudes esperando serem sustentadas por outros. Uma igreja que se desvia do foco central de Cristo. “Os cegos vêem, e os coxos andam; os leprosos são limpos, e os surdos ouvem; os mortos são ressuscitados, e aos pobres é anunciado o evangelho.” (Mateus 11:5)
Quando Pedro e João se deparam com o coxo, a partir do versículo três, podemos ver o poder de uma igreja viva e cheia de unção, que transforma a vida de um ser humano, uma igreja que põe de pé, que dá condições e diz: ”Vai, lute pelo que é seu de direito!”
Pedro disse: “Olha para nós!”

O que é que as pessoas têm visto em você? Será que você, hoje, tem a mesma autoridade de Pedro para dizer a alguém:

· Olha para mim! Eu tenho algo muito bom para te dar!
· Eu tenho vida para te dar!
· Eu tenho esperança para te dar!
· Eu tenho paz para te dar!
· Eu tenho uma palavra que vai te tirar dessa atrofia!

Olhamos para algumas pessoas, hoje em dia, e vemos somente dor, sofrimento, amargura, solidão, mágoas, revolta, desânimo, tristeza, acomodação, frieza, falta de amor, falta de perdão, descaso, desprezo… Diz a Bíblia que aquele homem olhava para Pedro esperando receber alguma coisa (ouro e prata)…
Quando Pedro diz “Olha para nós!” entendo, por uma inspiração divina, que ele queria que aquele homem visse muito mais do que estava vendo. Creio que Pedro queria que ele visse alguém que também estava ali presente. Não estavam ali somente Pedro e João, mas existia mais alguém ali: Jesus.
Pedro e João tinham a autoridade para dizer “Olha para nós” (...) “não tenho prata, nem ouro, mas o que tenho, te dou…” porque Cristo estava ali com eles por intermédio do Espírito Santo. Pedro tinha algo para dar aquele homem. Algo muito melhor do que ouro e prata: a presença de Deus!
As pessoas estão esperando receber algo de você. Eles esperam receber a vida que exala de você através do Espírito Santo de Deus, através de Jesus Cristo.
Pedro disse: “Não tenho ouro, nem prata, mas, o que tenho, isso te dou…”
E se fosse você? O que você tem para dar?
Pedro tinha Jesus Cristo em sua vida, tinha poder e unção de Deus. E você?
Sempre poderemos oferecer algo melhor do que ouro e prata para nosso semelhante, algo melhor que o material. O material não dura para sempre, mas a marca do amor, da graça, do poder, da unção, do cuidado, do carinho, da amizade verdadeira, isso será eterno.
Pedro quebrou a acomodação daquele homem. Quebrou os estigmas da sociedade. Pedro apresentou àquele homem uma nova expectativa de vida, mas uma visão além do natural; apresentou-lhe o sobrenatural: apresentou-lhe o próprio Cristo.

Pedro tomou-o pela mão direita e colocou-o de pé. Os pés se firmaram e ele começou a andar.

Eu quero te dizer uma coisa, em nome de Jesus Cristo. Se até hoje você estava vivendo “coxo” na sua vida e até o momento não houve quem o levantasse, eu quero te dizer que hoje Deus colocou você em frente a essa reflexão para te dizer que ainda há “Pedros” nos dias de hoje e que um deles está te tomando pela mão direita e te colocando de pé e dissipando todas as atrofias da tua vida.

Comece a louvar, saltar e adorar a esse Deus, porque hoje Ele te curou e te libertou para a Glória d’Ele.

Se você que está lendo essa mensagem ainda não entregou a sua vida a Cristo, se estiver sentindo a presença de Deus em seu coração, você pode fazer isso agora repetindo comigo:

“Senhor Jesus, em tuas mãos eu entrego a minha vida. Eu desejo recebê-Lo em meu coração como meu único e suficiente salvador e ser cheio do teu Espírito Santo. Faço uma aliança contigo, sabendo que o Senhor já tem uma aliança comigo. Receba a minha vida, a minha casa, tudo o que tenho e tudo que sou.”

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

A IGREJA HOJE


Dr. Russel Shedd



É maravilhoso ser membro da Igreja de Jesus Cristo! Ele prometeu, durante seu ministério na terra, que edificaria sua Igreja. A Igreja teve seu início miraculoso com a descida poderosa do Espírito Santo e continua crescendo com sua atuação regeneradora. Ninguém faz parte da Igreja de Jesus Cristo sem nascer do Espírito. Ela é um povo exclusivo de Deus, foi escolhida livremente pela sua graça antes da fundação do mundo e existe inteiramente para sua glória e prazer.

A palavra "invisível" descreve a Igreja universal. Parece infeliz porque sugere uma idéia platônica, isto é, que a Igreja pode existir sem uma expressão visível. Os Reformadores desenvolveram esta descrição para manter o princípio, contra Roma, de que a Igreja está fundamentada na graça livre de Deus. Foi assim que os apóstolos enxergaram o povo redimido - do império das trevas - e transportado para o Reino do seu Filho amado. Somente Deus sabe quem realmente lhe pertence; portanto, invisível para nós.

Para se tornar parte da Igreja, a Bíblia exige confissão pública, normalmente no batismo, e uma fé genuína na ressurreição histórica de Jesus dentre os mortos. Não há garantia de que os que confessaram o nome do Senhor e "creram nEle" foram realmente regenerados. A confirmação da fé salvadora de um membro da Igreja de Jesus Cristo vem através do amor de Deus derramado nos corações dos salvos e a perseverança no caminho. Declara o autor de Hebreus: "Pois passamos a ser participantes de Cristo, desde que, de fato, nos apeguemos até o fim à confiança que tivemos no princípio" (3.14 - NVI).

A Igreja é um templo, disse Paulo, querendo dizer com isso que Deus habita no meio de sua família na terra, tal como habitava no Santo dos Santos no templo de Salomão. Para Pedro, a Igreja é representada por uma casa espiritual edificada com pedras vivas porque chegaram à Pedra Viva (Jesus). A Igreja é um campo com plantas (pessoas) que têm qualidades que o Espírito desenvolve para demonstrar seu amor: "alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio" (Gl 5.22,23).

A Igreja ganhou o título de família de Deus pelo fato de que Ele adotou os membros como filhos. A fraternidade dos "irmãos" da Igreja deve ser uma expressão do relacionamento familiar que une os que gozam do direito de fazer parte dessa nova "raça eleita". Ela também é um "novo homem" com ambições distintas dos homens da raça de Adão e Eva.

Tristemente, não podemos concordar com todas as posturas de todos os líderes humanos que pastoreiam mais de um milhão e meio de igrejas locais no mundo inteiro. Alguns deles ensinam doutrinas antibíblicas e promovem práticas opostas às que Deus propõe para sua Igreja. A infidelidade dos membros não nega a finalidade de Deus em resgatar pecadores das garras satânicas, dando-lhes vida pela graça recebida por fé. Deus "nos escolheu nele antes da fundação do mundo para sermos santos e irrepreensíveis em sua presença" (Ef 1.4).

Ortodoxia doutrinária que produz igrejas que apresentam a imagem de Cristo não pode ser definida com absoluta precisão. No entanto, o alvo que Paulo declarou para os colossenses deve ser a ambição principal de todos os que amam ao Senhor Jesus de verdade. "Nós o proclamamos, advertindo e ensinando a cada um com toda a sabedoria, para que apresentemos todo homem perfeito em Cristo" (1.28). Foi o mesmo interesse que Jesus teve logo antes de sua ascensão: "Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a obedecer a tudo que eu lhes ordenei" (Mt 28.19,20).


Conclusão


As aberrações doutrinárias e desvios nas práticas comprovam a vulnerabilidade da igreja no mundo pós-moderno. Jesus estava consciente do perigo que a igreja correria quando levantou a questão da fé existir ou não na terra quando Ele voltar. Como a igreja de Laodicéia, que não reconhecia sua condição miserável, digna de compaixão, pobre, cega e nua, as igrejas contemporâneas são suscetíveis às tentações mundanas e a viverem longe dos alvos do seu Senhor. Que Deus graciosamente mostre misericórdia para com sua Igreja, enviando líderes e membros comprometidos com as ordens que Ele passou para ela através de seus apóstolos e profetas há dois mil anos.