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terça-feira, 26 de outubro de 2010


AS BORRAS DE MOABE


Pr. Bartolomeu de Andrade


Moabe esteve descansando desde a sua mocidade, como o vinho sobre os resíduos, não foi mudado de vasilha para vasilha, nem foi para o exílio. Por isso conservou o seu sabor, e o seu cheiro não se alterou. Mas vêm dias, diz o Senhor, em que lhe enviarei derramadores que o derramarão, e esvaziarão as suas vasilhas, e romperão os seus odres. (Jeremias 48:11,12)


“E sabemos que todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o Seu propósito.” (Romanos 8:28)


Existem textos da Bíblia que são de difícil entendimento. Este, de Jeremias, por exemplo, é um texto bastante misterioso, que utiliza padrões culturais de uma época distante, mas que contém uma grande revelação.

Sentimos que a Palavra de Deus está vindo pesada, hoje, e gostaríamos que todos saíssem daqui entendendo coisas que até hoje não passavam de mistérios. Estávamos sentados, até há pouco, aguardando a nossa hora de falar, e essa mensagem veio forte ao nosso coração. Esperamos que a misericórdia de Deus caia sobre nós, para que possamos transmitir tudo aquilo que nos chega ao coração, e também que todos possamos ser abençoados por este ensino que ministraremos a partir de agora.


A estagnação de Moabe


Fixando-nos no texto de Jeremias, torna-se necessário registrar que outras traduções dizem que Moabe estava descansando sobre suas fezes, e outros ainda, sobre suas borras. Seja qual for o nome, são resíduos que permanecem na composição do vinho, interferindo no seu sabor, na sua coloração e até no seu processo de fermentação.

O único modo de se retirar esses resíduos do vinho em fabricação, é proceder a uma troca sucessiva de vasilhames, até que a borra desapareça. É muito semelhante ao que fazemos quando queremos esfriar leite, derramando o líquido de uma caneca para outra. Muitas vezes, só um especialista consegue perceber a persistente presença de borra, depois de vários despejamentos do vinho, de vaso em vaso. Assim, mais trocas se fazem necessárias.

Outra explicação que se faz necessária, aqui, é que quando a Bíblia fala de Moabe, está se referindo aos moabitas, um povo da época de Abraão, que não estava de acordo com a vontade de Deus. O vinho usado como exemplo, tipifica o povo moabita, aparentando uma beleza externa. Quando fala de “descanso”, parece que o texto fala de uma coisa boa, mas se prestarmos bem atenção, logo veremos que não é nada de bom, pois a borra criada é resultado de falta de atividade, de disponibilidade, gerando uma má qualidade no próprio vinho.

Como não houve trabalho, atividade, como Deus não enviou derramadores, Moabe estagnou-se, manteve suas borras, continuou parado, descansando sobre as suas impurezas. Embora alguns aparentem que tudo está bem, bastar Deus dar uma sacudidela e a borra aparecerá em grande quantidade. Conhecemos muita gente assim: são muito serenos enquanto ninguém toca neles, mas mexa com eles para ver quanta borra está ali escondida!

É normal que no começo da vida cristã as pessoas se mostrem sem objetivos, mas continuar assim depois de dez anos, já passa a ser preocupante! Não é da vontade de Deus que permaneçamos descansados, sentados sobre os nossos defeitos! É preciso que haja transformação de vida em todo o nosso modo de viver, pois rotina não combina com vida espiritual. Se éramos acostumados a fofocas quando conhecemos a Jesus, e depois de vários anos de convivência com Deus continuarmos com essa prática, isso é borra na tua vida, meu irmão! Uma boca que não consegue glorificar a Deus, jamais conseguirá profetizar as coisas de Deus, jamais conseguirá falar das coisas divinas. Isaías, por exemplo, antes de se transformar no grande profetas que foi, teve seus lábios queimados por brasas do altar. Tinha lábios impuros, dizem as Escrituras, mas transformou-se num profeta de Deus


Tudo contribui para o bem


Interrompemos um pouco, agora, essa linha de pensamento de Jeremias, para podermos entrar no texto de Romanos: quando o lemos, destacamos a expressão todas as coisas, que significa a totalidade de todos os acontecimentos na vida de uma pessoa com Deus. Tudo que possa nos acontecer, de uma maneira ou de outra, concorrem, contribuem para o nosso bem.

A mente humana tem a tentação de classificar algumas coisas que acontecem à sua volta, mas se você realmente ama a Deus, entenderá que todas as coisas em que você está pensando agora, estão contribuindo para o seu bem, mesmo aquelas coisas difíceis de compreender, que não têm explicação humana, aquela circunstância difícil, em que você olha para um lado, para o outro, e se pergunta como pode aquilo estar lhe acontecendo.

É assim que funciona! Se você ama a Deus, se você crê em Deus e nas Suas verdades, a Palavra vai se cumprir, essas coisas terão que acontecer, e você terá que possuir paciência e resignação para enfrentar esse duro período. O grande problema é que você não tem essa visão, vive lutando com Deus, reclamando, não conseguindo ver lógica, sob o prisma humano, nos acontecimentos da vida! É mente humana tentando entender os desígnios de Deus. E isso não é possível!

A expressão todas as coisas inclui coisas boas, coisas razoáveis e também coisas más. Inclui a totalidade dos acontecimentos da vida daqueles que amam a Deus. Aqui se incluem os problemas com filhos, esposa, desemprego, etc. E lá vem a pergunta: “Por que comigo ?” É Deus trabalhando! Acredite nisso! Acostume-se a essa realidade!

Acreditamos que essas palavras estejam sendo dirigidas à Igreja do Deus Vivo, às almas redimidas, aquelas que foram compradas pelo sangue de Jesus, e não para os pecadores, que desconhecem a vontade de Deus. Estamos falando para as almas que receberam o perdão pelos seus pecados, um dia. É para esse povo, que tem o seu nome escrito no Livro da Vida, e que um dia verá a glória de Deus, que falamos neste momento.

Todas as coisas que estão acontecendo tem um motivo. Não lute contra Deus! Tenha paciência, pois daqui a pouco tempo Deus abrirá as janelas do céu para você, e tudo isso se dissipará! Deus está apenas querendo destruir maus hábitos antigos na tua vida, coisas distorcidas, tendências maléficas provenientes do teu passado. São fardos do Egito, se pensarmos no povo de Israel, os quais queriam arrastar consigo os resíduos de um tempo de ignorância, quando viviam no meio de incrédulos.

Deus pode destruir essas deformações, pois precisamos ter a formação do Senhor, precisamos cultivar em nós o caráter de Cristo. Essa carne caída tem que se desfazer, hoje, se for possível! Deus vai trabalhar na tua vida até que você perca essa mania de mentir no emprego e até na Igreja! De nada adiantam as aflições, as pergunta de “por quê”. Não lute contra Deus! Submeta-se! Deus quer te mudar, renovar hábitos antigos, o linguajar mundano que persiste em você.

Tem gente gritando “Aleluia!” na igreja, e no dia seguinte está contando piadinhas sujas para os seus colegas de trabalho. Deus costuma permitir esses momentos de lutas para que consigamos enxergar o problema grandioso que se aloja dentro de nós! A mentira, por exemplo, é a filha mais velha de Satanás! Ele mente desde o princípio de todas as coisas. E a gente procura imitá-lo! Nessas horas, as portas se fecham, não entendemos mais nada e começamos a lutar contra Deus, a reclamar a nos lamuriar. Deus não vai conviver conosco em meio a mentiras!


A tribulação usada como instrumento


Agora, podemos votar ao texto de Jeremias, constatando que este é o caso dos moabitas. O texto diz que eles estavam vivendo uma realidade em que não podiam manifestar a graça de Deus nas suas vidas. Veja bem que os moabitas eram da linhagem de Abraão, ligados à árvore genealógica do Povo de Deus, mas estavam se misturando às suas borras, uma postura que não combina com a sua descendência espiritual. A mão de Deus precisava intervir e mudar a situação.

Precisamos entender que se as coisas ruins não acontecerem na nossa vida, não teremos oportunidade de nos purificar. Moabe não saiu do lugar, nem levado cativo. Se fosse, pelo menos aprenderia muita coisa, com o sofrimento do cativeiro. Tudo ali estava no mesmo, desde o início. Moabe não foi passado de vasilha para vasilha, não se aperfeiçoou.

Não adianta termos cinqüenta anos de fé, se não conseguimos nos levantar da borra em que estamos instalados confortavelmente! Deus quer qualidade e não borra! Deus quer nos sacudir até que saia de nós o cheiro característico da estagnação e apareça, no lugar, o cheiro de Nosso Senhor Jesus Cristo. Este processo de transferir de vaso para vaso é muito bom, é um tratamento muito saudável e purificador, transformando-se numa experiência para melhor. Você pode, por exemplo, ter que sair de perto de seu pai, da sua mãe, iniciar vida nova no meio de estranhos, mas isso não deverá lhe trazer medo, pois será apenas uma mudança de vaso, um remexer naquilo que não pode ficar parado.


A necessidade de derramadores


Deus diz, no texto, que mandará derramadores com passos apressados, para que a borra saia para sempre. De repente, você se vê diante de um problema, não entende mais nada, como uma filha que tenha se comportado mal, lhe envergonhado, etc... É Deus te mudando de vaso! O melhor remédio é perdoar a filha, colocar o problema nas mãos de Deus. Nunca se pode esquecer a mensagem do nosso segundo texto: “Todas as coisas contribuem para o bem daqueles que amam a Deus.”

Lendo o capítulo 48 de Gênesis, vemos o exemplo de Jacó, que luta com Deus até às portas da eternidade. Ninguém teve cheiro pior do que Jacó, desde a sua infância. Sempre foi astuto, oportunista, sempre conseguia vantagem em tudo. Jacó, originalmente, quer dizer “enganador”. Veja que ele enganou a seu irmão Esaú e a seu pai Isaque, no leito de morte.

Jacó tentou negociar até com Deus! Quando teve a revelação divina, vendo em sonhos aquela escada

cheia de anjos, e que todas aquelas terras seriam dele, propôs a Deus que o ajudasse em troca dos seus dízimos. Não contribuiria pelo prazer de dar, mas como uma lucrativa alternativa de negócios! Queria “ajeitar” o seu futuro com as bênçãos de Deus! Se Deus não lhe abençoasse, continuaria sentado sobre suas borras !

Continuando na leitura do capítulo 48 de Gênesis, podemos ver a mudança na vida de Jacó, pois depois de um período inteiro de tratamento, vem a transformação. O último golpe na sua vida, foi a notícia da suposta morte do seu querido filho José (capítulo 37), que na verdade fora vendido como escravo, pelos seus irmãos invejosos. Tudo foi ocasionado pela inveja, e isso é borra ! Você não pode ter isso na sua vida ! Jacó chorou dias e dias, dizendo não haver consolo para sua dor, e que desceria à sepultura carregando essa dor no coração.

Parece impossível que Deus tenha usado a perversidade dos filhos de Jacó para poder trabalhar na sua vida, mas foi isso mesmo! Deus trabalha duro no coração que é duro! Deus estava determinado a transformar o Jacó enganador num Israel, o pai das doze tribos do Povo de Deus.

O mesmo capítulo 48 registra a morte desse homem que fora mau, mas que se transformara numa pessoa gentil. Pôde pôr seus pés fora da cama, pouco antes de morrer e glorificar o nome do Senhor. Foi humilde depois da transformação, suplicando pelo perdão do seu filho, transformado no segundo homem mais forte do Egito.

Deus foi misericordioso com Jacó, pois transformara-se num homem abençoado, diante da morte. Até Faraó, o dono do mundo da época, foi buscar uma bênção, no leito de morte de Jacó. Ele profetizou mais que seu pai Isaque e seu avô Abraão, morrendo transformado e abençoado. Sem borras !!! Deus pode libertar você dessas borras, dessa vida inferior, desse mau cheiro que você exala! Muitos de nós exalamos um cheiro que não agrada a ninguém. E somos filhos de Deus!

Deus quer mudar o perfume da tua vida. Você precisa chegar a um estágio em que, ao chegar num lugar, influencia para o bem e não para o mal. Deus quer eliminar essa borra e te transformar em algo mais puro. Deus quer mudar o teu caráter, a tua natureza! Deus quer fazer Cristo transparecer na tua vida!

Identifique, agora, qual é o problema que está contigo, esse peso amarrado ao teu pescoço! Chega de queixa, fofoca, orgulho...! Liberte-se dessas borras! Liberte-se dessas borras ! Deixe de ser Jacó e transforme-se num Israel ! Se você se identifica com a graça de Deus, peça-Lhe perdão pela borra que atrasa a sua purificação; peça a Deus que tire essa coisa nociva que o acompanha há anos! Peça libertação ! Peça uma vida cristã em plenitude !

O fato de Deus mandar derramadores é uma coisa boa na nossa vida, pois enquanto Deus está nos mudando, coisas boas vão se desprendendo das coisas más, que o marasmo e a acomodação se encarregaram de unir numa massa improdutiva. Sai o vinho de um vaso para outro e deixa para trás as borras que vinham se incorporando ao seu sabor final e ao seu perfume. Deus está querendo modificar o teu aroma e o teu sabor. No verso 11 Jeremias fala de aroma e sabor. Pelo fato do vinho estar parado, descansando, sem que ninguém o toque, o aroma e o sabor não sofrem qualquer tipo de alteração. É a mesma situação de Moabe: nada lhe acontecia!


Sabor


Sabor fala de qualidade, pois nada é ingerido se não possuir a soma de um conjunto de ingredientes e requisitos. Se nos compararmos ao vinho, meus irmãos, o nosso caráter representará o sabor. Deus muitas vezes mexe com nossa vida, para modificar o nosso caráter, que é o sabor da nossa individualidade.

Na maioria das vezes que Deus quer mexer no nosso caráter, no nosso sabor, Ele manda derramadores que restringirão a nossa liberdade. Quando Deus patrocina mudanças no nosso ambiente, Ele está mexendo no nosso caráter, corrigindo-o. Sabor fala de caráter, não se esqueça!


Aroma


Aroma, por sua vez, faz de expressão. Quando você vê os desenhos animados, os autores materializam o aroma, o cheiro das coisas, como se fosse uma fumacinha que se encaminha para o ar. Um bom caráter expressa um bom aroma; um mau caráter expressa mau cheiro, sem dúvida.

Apesar do cheiro e sabor parecerem a mesma coisa, não é assim. O sabor é que determina o aroma. Você sabia que existem cozinheiros que sabem que o feijão está com pouco sal, apenas pelo cheiro ? Parece impossível, mas se pensarmos que o cheiro é determinado pelo sabor, a coisa deixa de ser tão estranha. O cheiro é a expressão, é aquilo que sai, que vem, que comunica.

Espiritualmente, o que seria o cheiro, ou o aroma ? São as nossas palavras, a nossa presença, nossos gestos, nosso caminhar, tudo aquilo que exterioriza o nosso ser. Tem pessoa que anda acabrunhada, ombros caídos, semblante entristecido... Outras, ao contrário, têm brilho no rosto, cabeça levantada, sorriso constante... São os seus aromas mostrando o que têm por dentro.

“Eis que enviarei derramadores...”, diz o Senhor. Hoje estamos num lugar, amanhã estaremos em outro... Deus vai mexendo com o nosso sabor, vai aperfeiçoando, vai restringindo a nossa liberdade, até que o nosso aroma se assemelhe ao aroma que exala de Cristo.

Houve uma época da minha vida onde Deus teve que restringir a minha liberdade, mexer o meu caráter, pois algo não ia bem: eu fazia minha própria escala de valores. Como resultado, Deus me tirou do púlpito por onze meses, tratou do meu caráter nesse período, modificando o meu sabor naquilo em que eu estava errado. E o meu aroma, a partir daí, passou a ser outro! Passei a exalar um perfume melhor; as coisas de Deus que eu falava passaram a despertar apetite nos outros. Meu sabor adaptou-se à vontade de Deus, e meu aroma passou a transmitir Deus para os outros.

Você sabe do que estou falando! Não existem pessoas que tornam agradável permanecermos junto delas ? Exteriorizam alegria, paz, sabedoria... É aroma, é expressão de Deus na suas vidas! Essas pessoas foram trabalhadas por Deus! Todo aroma que transmitimos é resultado do trabalho de Deus na nossa vida.

Diz nosso texto que o Senhor vai mandar derramadores, que farão Moabe andar a grandes passos, despejando seus vasos e rompendo seus odres. Esse trabalho de operação de Deus no nosso caráter pode quebrar, pode romper coisas! Essa operação pode ser dolorosa! Odre, para quem não sabe, é o recipiente onde se coloca o vinho, e os derramadores poderão vir com uma violência tão grande que os tais odres correrão o risco de se romper.

Muitas vezes o processo é doloroso, mas temos que entender que é Deus fazendo essa obra, mudando o nosso interior, para que nos tornemos, mais tarde, em pessoas de expressão agradável, que venham a despertar nos outros um apetite pelas coisas de Deus. É incrível quando uma pessoa está a falar das coisas de Deus e os ouvintes não se sentem despertados! É a expressão que está errada! O aroma não está bom, não está agradando, resultado de sabor que não está no ponto.

A coisa é simples, mas requer disponibilidade. O sabor está sem sal, e o aroma, por conseguinte, não é bom. Quando o caráter está errado, a Palavra não reflete nada de confiável. As pessoas ouvem, podem até gostar, mas não se convencem, não mudarão de atitudes.


Conclusão


Que Deus investigue a nossa vida! Que Deus persista em trabalhar conosco! Que haja derramadores constantes no nosso dia-a-dia! Que nosso caráter possa ser trabalhado, aprimorado e como resultado passemos a exalar o perfume de Cristo! Que passemos a despertar o apetite espiritual nos outros!

Essa é a fórmula mágica que Deus criou, para que sejamos uma bênção onde quer que estejamos, e se cumpra todas as promessas das Escrituras nas nossas vidas.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010


VONTADE PERFEITA X VONTADE PERMITIDA

Pr. Bartolomeu de Andrade

Disse-me o Senhor: “Toma um grande rolo, e escreve nele com uma caneta comum: Maer-Salal-Has-Baz.” Tomei comigo fiéis testemunhas, a Urias, sacerdote, e a Zacarias, filho de Jeberequias. Então fui ter com a profetisa, e ela concebeu, e deu à luz um filho. E me disse o Senhor: “Põe-lhe o nome de Maer-Salal-Has-Baz. Antes que o menino saiba dizer meu pai ou minha mãe, as riquezas de damasco, e os despojos de Samaria serão levados pelo rei da Assíria.” Continuou o Senhor a falar comigo, dizendo: “Porque este povo desprezou as águas de Siloé que correm brandamente, e com Rezim e com o filho de Remalias se alegrou, portanto o Senhor fará vir sobre eles as águas do rio, fortes e impetuosas, isto é, o rei da Assíria, com toda a sua glória. As águas encherão os leitos dos rios, transbordarão por todas as suas ribanceiras, e penetrarão em Judá, inundando-o, e irão passando por ele e chegarão até o pescoço. A extensão de suas asas encherá a largura da tua terra, ó Emanuel. Alvoroçai-vos, ó povos, e sereis quebrantados; daí ouvidos, todos os que sois de longes terras. Cingi-vos e sereis feitos em pedaços. Tomai justamente conselho, e ele será dissipado; dizei a palavra, mas ela não subsistirá, pois Deus é conosco. (Isaías 8:1-10)


Quando vos disserem: Consultai os médiuns e os feiticeiros, que chilreiam e murmuram entre dentes, respondei: Acaso não consultará um povo a seu Deus? Acaso a favor dos vivos se consultarão os mortos?

À lei e ao Testemunho! Se eles não falarem segundo esta palavra, nunca verão a alva. Passarão pela terra duramente oprimidos e famintos, e será que, tendo fome, e enfurecendo-se, amaldiçoarão ao seu rei e ao seu Deus, olhando para cima. Então olharão para a terra, e verão somente angústia e escuridão, e sombras de ansiedade, e serão lançados em densas trevas. (Isaías 8:19-22)


Na época do profeta Samuel, estava acontecendo uma situação semelhante a que enfrentamos hoje em dia. Procurava-se um homem que resolvesse os problemas do povo, um homem que os dirigisse, pois a instabilidade emocional era tal, que esqueciam de Deus, e colocavam todas as suas esperanças nos ombros de um homem como outro qualquer.

Vivia Israel o fim dos tempos dos Juízes, forma de governo instituída por Deus, num momento em que outro tipo de governo estava se fazendo necessário. Samuel era o homem da transição, um homem já entrado em anos, e que fora separado por Deus para ser líder, profeta e juiz de Israel.


A origem de Samuel


Para que se entenda melhor a importância que tinha Samuel perante Deus, é bom que se retroceda até à época do seu nascimento, pois uma série de fatores contribuíram para que ele se transformasse num grande ungido do Senhor.

Ana, sua mãe, era estéril, e isso fazia dela uma mulher de segunda categoria, na época. Mas ela buscava a presença de Deus no templo, onde chorava, clamava, derramava todo o seu sofrimento diante da pessoa certa: Deus. Agia certo, pois muitos de nós só recorremos a Deus em último caso, só depois de esgotarmos todas as possibilidades humanas.

Ana era mulher de atitudes corretas diante de Deus, crendo fervorosamente nas Suas soluções. E Deus, como resposta, operou na sua vida, abrindo-lhe a madre, transformando-a na mãe mais feliz que se tinha notícia. Deus é capaz de operar no mundo animal, no mundo dos homens, na natureza, e até nas coisas que estão além da vida, numa outra dimensão. Até a morte pode ser repensada por Deus, pois Ele é a ressurreição e a vida.

E Ana concebeu, livrando-se da vergonha que a infertilidade trazia naquela época. No seu entendimento costumeiro, logo percebe que aquela criança não lhe pertencia, que era fruto da vontade expressa do Criador. Ali mesmo, ela resolveu entregar o bebê aos cuidados do sumo sacerdote, que o criaria adequadamente para esse fim, para o serviço do templo.


O resultado da boa escolha


Samuel é esse ser escolhido, o resultado da fé operosa de uma mulher. Foi juiz, foi profeta, serviu de elo na transição entre um tipo de administração e outra do Povo de Deus: do sistema de juízes para a monarquia.

Envelhecendo, ele aguardava no Senhor uma solução para o seu povo, mas o fazia pacientemente. Agiu corretamente, diferente da maioria de nós, que não sabe aguardar o tempo estabelecido por Deus.

Com o tempo passando, Samuel colocara seus filhos como juízes, os quais não se comportaram com a mesma retidão do pai. Os nossos passos, hoje, devem seguir as pisadas de Jesus, para que nossos filhos copiem bem o nosso caminhar. Que responsabilidade têm os pais! A primeira imagem que os filhos têm de Deus passa pela figura paterna. Nós, obrigatoriamente, precisamos refletir a imagem de Deus!


A herança rejeitada


Samuel, segundo as Escrituras, foi um homem excelente diante de Deus, e deve ter sido também um pai excelente, um reflexo de Deus para seus filhos. Porém, esses, não sabemos por quê, não seguiram o seus passos. Diz o versículo 3 que eles se inclinaram à avareza, cometendo injustiças em troca de presentes. Perverteram-se! E ainda se pensa que suborno é coisa dos nossos dias! Como se vê, é coisa muito antiga!

É comum homens poderosos se perverterem, no momento em que têm o julgamento em suas mãos. Tiram partido do seu poder de decisão, o que prova que não merecem a autoridade recebida. Temos que buscar graça de Deus para lidarmos com essas coisas. Precisamos aprender a pôr Deus acima dessas coisas.

Faziam “vista grossa”! Esse é um comportamento muito parecido com os nossos tempos! Todos querem ocupar cargos, para poderem tirar vantagens pessoais. A corrupção, como já dissemos, é uma prática demoníaca de longa data, e que precisa ser erradicada do nosso meio!

Os Juízes de Israel eram toda a autoridade da época sobre o povo, funcionando como o legislativo, o executivo e o judiciário ao mesmo tempo. Era poder demais para uma pessoa despreparada! Nos nossos dias, é comum ver-se Igrejas Evangélicas cedendo seus púlpitos para políticos com cheiro de nicotina na boca! São pessoas tomando o lugar santo para tirarem proveito político, vantagens pessoais, lugar onde só deveria servir para se pregar a Palavra de Deus. São pessoas que nem entendem como funciona uma Igreja; apenas querem tirar vantagens dela.

Cada um será responsável pela sua atitude: quem usa o púlpito por razões ilícitas, e quem autoriza o uso do mesmo para esse fim! Barganhas vergonhosas de favores!


A corrupção cansa o povo


Agora, voltamos definitivamente para o quadro político-administrativo de Israel, do tempo de Samuel: o povo estava se rebelando diante das injustiças cometidas pelos Juízes, e procuraram Samuel para que passassem a ter um rei, exatamente como as nações vizinhas.

Estava tudo errado! Não é pelo erro interno de Juízes que se justifica procurar imitar seus vizinhos! Afinal, era Deus quem estava governando Israel! Esse povo tinha um governo teocrático! Porém, o povo preferia ser guiado por um homem, ao invés de ser guiado por Deus!

Samuel aborreceu-se, diante dessa pretensão do povo em copiar nações pecaminosas, pervertidas e idólatras. Ele orou preocupado e Deus o confortou, revelando-lhe que quem estava sendo preterido era Ele mesmo, e não Samuel. Ordenou-lhe que ficasse firme, e não se preocupasse, pois toda aquela situação não era culpa dele.

A partir daí, Deus ordena-lhe que comunicasse a Israel como funcionaria o novo tipo de governo que pretendiam. Deus estava fazendo a vontade daquele povo desobediente, irredutível, pois queriam um rei, queriam ser iguais aos vizinhos pagãos, povos que não viviam sob a proteção de Deus. Estavam cegos.

E, seguindo a orientação de Deus, Samuel escolheu a Saul, um homem que parecia ser o indicado, porém foi escolhido antes do tempo da transição, antes do tempo de Deus. É preciso paciência! Precisamos aprender a esperar pela solução de Deus, pela direção que Ele aponta! Nós não devemos viver pela vontade permitida de Deus, mas pela Sua vontade perfeita! Nós costumamos “forçar a barra”, como se diz na gíria. Queremos que Deus nos conceda as coisas, segundo a nossa vontade!

Aprendamos, irmãos, que vontade perfeita é a vontade que sai, inteira e completa, do coração de Deus, enquanto que vontade permitida é aquela que Deus nos concede, de tanto que nós insistimos em pedir: Deus cede, mas aquilo não provém d’Ele; pode não ser o melhor para nós; pode não dar certo!

Explicando de maneira mais ilustrativa, essa situação seria igual a daquela mocinha que quer casar, mas quer que seja com aquele moço que escolheu. Ela pede, pede, insiste tanto em orações, que Deus lhe concede. Possivelmente essa pessoa não seria a melhor opção, mas Deus foi atropelado! A pessoa escolhida continua não sendo a melhor opção, mas Deus cede às orações insistentes.

Foi assim com Saul, que trouxe muitos problemas para Israel. Saul foi o resultado da precipitação do povo! Podemos afirmar que, se tivessem esperado pela vontade perfeita de Deus, isso não teria acontecido.

Tome cuidado, pois você pode se arrepender de buscar com tanta insistência a vontade permitida de Deus! Não dê um passo sem que Deus te fale, sem que Deus te oriente! Tenha paciência! Não precipite os acontecimentos!

Eu, particularmente, já passei por essa experiência amarga! Precipitei acontecimentos por falta de paciência. Nós precisamos orar, pedir a Deus que nos mostre o Seu propósito, a Sua vontade perfeita.

Existe um salmo que diz que Deus nos fará andar por caminhos que Seus próprios pés abriram. Temos que ter cuidado, pois se andarmos por conta própria, acabaremos pisando em espinhos! Quantos se aventuraram em tantas coisas, negócios, casamento, e se arrependeram! Não tiveram paciência! Precipitaram-se!

Tem gente que gosta de imitar o vizinho, o parente, querendo sempre a mesma bênção que o outro recebeu! Não faça isso! Busque a sua própria bênção! Busque a direção de Deus! Faça como Jesus no Getsêmani: submeteu-se à vontade de Deus, mesmo sabendo que iria atravessar um caminho doloroso.

A estrada do sucesso é aquela que Deus nos abre, e não aquela trilhada pelos outros! Busque, diante de Deus, aquilo que diz respeito à tua própria identidade! Que seja feita a vontade de Deus, e não a nossa!

Coisas perdidas

Pr. Bartolomeu de Andrade

Chegavam-se a Ele todos os cobradores de impostos e pecadores para O ouvir. Mas os fariseus e os escribas murmuravam: “Este recebe pecadores, e come com eles.” Então Jesus lhes propôs em parábola:

“Que homem dentre vós, tendo cem ovelhas, e perdendo uma delas, não deixa no deserto as noventa e nove e não vai após a perdida até achá-la? E quando a encontra, põe-na sobre os ombros, cheio de alegria, e vai para casa. Então convoca os amigos e vizinhos, e lhes diz: Alegrai-vos comigo; achei a minha ovelha perdida. Digo-vos que do mesmo jeito haverá alegria no céu por um pecador que se arrepende, mais do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento. Ou qual a mulher que, tendo dez dracmas, se perder uma, não acende a candeia, varre a casa e a busca com diligência até achá-la? E quando a encontra, convoca as amigas e vizinhas, dizendo: Alegrai-vos comigo, achei a dracma perdida. Assim vos digo que há alegria diante dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende.”

Jesus continuou: “Certo homem tinha dois filhos. O mais moço deles disse ao pai: Pai, dá-me a parte dos bens que me pertence. E o pai repartiu os bens entre os dois. Poucos dias depois, o filho mais novo, ajuntando tudo, partiu para uma terra longínqua, e ali desperdiçou os seus bens, vivendo dissolutamente. Tendo ele gastado tudo, houve naquela terra uma grande fome, e começou a padecer necessidades. Então ele foi e se chegou a um dos cidadãos daquela terra, o qual o mandou para os seus campos a apascentar porcos. Ele desejava encher o seu estômago com as alfarrobas que os porcos comiam, mas ninguém lhe dava nada. Então, caindo em si, disse: Quantos trabalhadores de meu pai têm abundância de pão, e eu aqui pereço de fome! Levantar-me-ei, e irei ter com meu pai, e dir-lhe-ei: Pai, pequei contra o céu e perante ti. Já não sou mais digno de ser chamado teu filho; faze-me como a um dos teus trabalhadores. Então, levantando-se foi para seu pai. Quando ainda estava longe, viu-o seu pai, e se moveu de íntima compaixão e, correndo, lançou-se-lhe ao pescoço e o beijou. O filho lhe disse: Pai, pequei contra o céu e perante ti, já não sou digno de ser chamado teu filho. Mas o pai disse aos seus servos: Trazei depressa a melhor túnica e vesti-o com ela, e põe-lhe um anel na mão, e sandálias nos pés. Trazei o bezerro cevado, e matai-o. Comamos, e alegremo-nos. Pois este meu filho estava morto, e reviveu, tinha-se perdido, e foi achado. E começaram a alegrar-se. O filho mais velho estava no campo. Quando voltou, e chegou mais perto da casa, ouviu a música e as danças. Chamando um dos criados, perguntou-lhe o que era aquilo. Ele lhe disse: Veio teu irmão, e teu pai matou o bezerro cevado, porque o recebeu são o salvo. Mas ele se indignou, e não queria entrar. Então, saindo o pai, instava com ele. Mas ele respondeu ao pai: Olha, sirvo-te há tantos anos, sem nunca transgredir o teu mandamento, e nunca me deste um cabrito para alegrar-me com os meus amigos. Vindo, porém, este teu filho, que desperdiçou os teus bens com meretrizes, tu mandaste matar para ele o bezerro cevado. Respondeu-lhe o pai: Filho, tu sempre estás comigo, e todas as minhas coisas são tuas. Mas era justo alegrarmo-nos e folgarmos, porque esse teu irmão estava morto e reviveu, estava perdido e foi achado” (Lucas 15)

Os estudiosos da Bíblia costumam dizer que este é o capítulo das coisas perdidas, pois traz as parábolas da ovelha perdida, da dracma perdida e do filho perdido. Muitos de nós poderia perguntar por que três parábolas num só capítulo, num só ensino, quando Jesus costumava contar uma parábola para ensinar uma coisa apenas. E parecem ser três lições iguais.

Algumas pessoas já pregaram sobre este tema, observando pelo Espírito Santo que a ovelha perdida representa 1% do total, que a dracma perdida representa 10% e que o filho perdido representa 50%, ou seja, a metade do total de filhos, mostrando, assim, que Deus se importa com as almas, não importando sua quantidade, e assim por diante.

Hoje, porém, enfocaremos este texto sob outro prisma que o Espírito Santo está nos mostrando. Deus apresentou o ensino em três parábolas porque Ele é triúno, três em um, é uma trindade que se une para nos resgatar.

Na Parábola da ovelha, Jesus está representado. Quando o pastor acha a ovelha perdida, chama os amigos para festejar. É Jesus quem faz isso! Ele é o bom pastor, sempre buscando aquele que se perde. Onde houver uma ovelha sem direção, perdida, Jesus está perto dela, querendo trazê-la de volta.

Na Parábola da dracma, vemos a mulher acendendo a candeia para poder procurar a dracma perdida. Achando-a, convoca amigas e vizinhas para compartilhar da sua alegria. Vemos ali o Espírito Santo representado, que é o único espírito de luz. Ele esclarece, nos dá discernimento das coisas de Deus, para que voltemos para os braços do Pai.

Na Parábola do filho pródigo, vemos Deus, nosso Pai, ali representado. É ele quem está sempre à porta, esperando que voltemos arrependidos para os Seus braços. O detalhe é que Deus espera que o filho tome a iniciativa, quando isso acontece, Ele espera com os braços abertos. Segundo a Bíblia, o pai foi ao encontro do filho, o abraçou e beijou, promovendo grande festa pelo filho que estava morto e sobreviveu.

Estas três parábolas, repetimos, representam a Trindade: Jesus é o Bom Pastor, O Espírito Santo é a luz que ilumina nosso caminho para Cristo e Deus é o pai que sempre recebe bem o pecador arrependido.

Cada uma dessas parábolas nos deixa uma lição diferenciada. Não são três lições iguais, como muitos o dizem. Vamos refletir sobre elas:


1ª Lição Desorientação


Vale comentar aqui alguma coisa sobre o tipo de animal que são as ovelhas. Moramos alguns anos na fronteira do Rio Grande do Sul com o Uruguai, e nos acostumamos a ver as ovelhas criadas lá em larga escala.

As ovelhas costumam desviar-se do bando, porque elas não têm sentido de direção. Elas se perdem com muita facilidade. Quando uma ovelha se desvia, e cai num precipício, é muito comum as outras a seguirem e também caírem no mesmo precipício. Vão andando como bebês que desconhecem o perigo, sem senso de direção.

Assim são os crentes. Precisam estar juntos, se consagrando na casa de Deus, que é o grande aprisco. Ali é o lugar das ovelhas, E é por isso que as ovelhas precisam de pastor. Para olhar por elas, e não deixar que se arrisquem por caminhos perigosos, que talvez impossibilitem sua volta.

Assim somos nós quando nos apartamos de Jesus, quando nos desviamos d’Ele. Sem Esse pastor para cuidar de nós, ficamos indefesos, à mercê dos perigos do mundo. As coisas fáceis nos atraem para o erro. Não sigamos a ovelha perdida, não sigamos quem não tem orientação. Busquemos a orientação de Jesus.


2ª Lição Negligência


Na parábola da dracma, vemos que ela se perdeu por falta de cuidado, por negligência. Sempre que nos tornamos negligentes, nos perdemos. Estivemos conversando, dias atrás, com uma pessoa que reclamava não receber mais visitas como costumava receber no tempo em que se convertera. Que responsabilidade daqueles que estão à frente da obra! Temos que buscar as ovelhas cansadas! Não podemos negligenciar com essas ovelhas valiosas! Todos temos que cuidar das almas da Igreja que podem estar se perdendo.

Às vezes, porém, a negligência é da própria pessoa. Mesmo merecendo cuidados dos ministros da Igreja, pouco adianta. Deixa de orar hoje, deixa de orar dois dias, até que não ora mais. É muito cômodo, nessa hora, culpar os outros pela nossa própria negligência.


3ª Lição Precipitação


O filho precipitou-se, quando procurou pelo pai para reclamar sua parte na herança, objetivando ir embora, pois herança não se recebe em vida. Ele antecipou-se, precipitou-se! Quis ter direitos antes da hora! Mas o pai lhe deu, e ele foi embora buscar o desconhecido, tudo que estivesse por trás dos horizontes. Precipitou-se pelos caminhos da vida.

Nós, hoje em dia, também temos esses impulsos de querer experimentar o desconhecido. Não corra esse risco! Não perca a sua alma! Não se precipite! Tem gente se desviando só por precipitação, não esperando o curso normal dos acontecimentos, segundo a vontade de Deus. E logo estarão caindo, amargando longos dias por causa desses erros.

O filho logo viu seu dinheiro desaparecer, e com ele os amigos e as amigas. Veio uma grande fome e ele não tinha nem o que comer! O único emprego conseguido foi o de cuidar de porcos, na lama, que era o trabalho mais degradante daquela época. Veja que Bíblia mostra ele tentando comer os alimentos dos porcos! Parece, irmãos, que alguns têm que descer ao mais baixo nível para poderem se acordar!

Foi nesse momento de despertamento que o filho pensou em levantar-se da lama, e ir ter com seu pai, pedir o seu perdão e voltar à maravilhosa vida que tinha e que não costumava valorizar. Pensou no fato de que o mais humilde dos empregados de seu pai comia melhor do que ele.

E seu pai o estava esperando. Assim é com você, em relação a Deus. O pai fez o melhor que pôde para dar vazão à sua alegria, e procurar ver o filho contente, recuperado. Assim é com Deus. Dê um passo para Deus, que Ele dará dez na sua direção!

Um fato idêntico, real, aconteceu com um rapaz do interior da Inglaterra. Na hora de querer voltar, temendo a reação do pai, resolveu escrever-lhe uma carta, expondo sua mudança de comportamento, seu arrependimento. Propôs que o pai colocasse, no dia marcado, um lenço branco pendurado na árvore que ficava ao lado da casa, local que poderia ser visto por ele quando chegasse de trem. Seria um sinal de que tudo estaria bem, ou seja, que o pai o aceitava de volta para viver com ele.

Quando o rapaz chegou à cidadezinha, no dia marcado, e o trem ia passando pela sua casa, o rapaz não enxergou um lenço branco pendurado na árvore, mas um festival de toalhas, camisas, vestidos, etc, nas cores branca, vermelha, verde, azul, pendurados por toda a propriedade do seu pai. O rapaz caiu em prantos ainda dentro do trem, não conseguindo esconder a alegria que lhe ia na alma.


Conclusão


É isso que Deus faz com nossas almas. Você está sem direção? Comunique-se com Deus, busque ao Senhor agora! Está em trevas? Venha a Jesus, que a luz vai raiar na sua vida! Você não quer mais seguir por conta própria? Chegou à conclusão de que não está preparado para tomar as próprias decisões? Então, volte para o seu criador, que Ele estará de braços abertos, e lhe dará de volta tudo aquilo que você perdeu na ausência d’Ele, sem a orientação d’Ele. Volte !!!