Muitas pessoas estão prontas a dizer “O Senhor nosso libertador.” Quando o navio começa a afundar até mesmo os descrentes começam a clamar a Deus por socorro. Outras pessoas se alegram em dizer “O Senhor nosso protetor.” Eles olham para Deus como um agente de segurança celestial, cujo cuidado benevolente irá protegê-los de acidentes e doenças. Alguns outros – certamente um grupo menor – ainda dizem: “O Senhor nosso Juiz.” Estas pessoas acreditam que o universo deve finalmente prestar contas ao seu Criador.
Mas é um passo além ser capaz de dizer: “O Senhor nossa Justiça.” Isso quer dizer que não procuramos a Deus simplesmente para nos atender naquelas áreas em que não temos controle – quando o barco começa a afundar, ou quando ficamos doentes ou no dia do ajuste de contas final – mas até mesmo naquilo que achamos que podemos controlar: a nós mesmos. Significa que deixamos de lado toda a nossa pretensão à sermos justos, nosso orgulho secreto, nossas desculpas e nossa racionalização. Até porque, quando pensamos um pouco, conseguimos fazer uma lista de coisas em que nos consideramos bons e chegamos a conclusão que somos melhores do que muita gente. É por isso que é tão difícil dizer do fundo do coração: “O Senhor Justiça nossa.”
É interessante ler a confissão do famoso pensador Francês Rousseau. Ele descreve extensamente suas fraquezas e defeitos, sem poupar a si mesmo perante o mundo. Mas também mostra como as circunstâncias contribuíram para as suas fraquezas e como, mesmo nas ocasiões em que havia falhado, suas intenções haviam sido boas. A conclusão a que se chega, mesmo considerando os seus tropeços, é de que ele é o melhor dos homens!
Duas pessoas foram orar. Uma disse: “Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens”. Mas o outro disse: “Ó Deus, sê propício a mim, pecador!” (Lucas 18:9-14). Ainda é difícil dizer “Senhor Justiça nossa.” Somente seremos capazes de dizer estas palavras do fundo do coração quando compreendermos a beleza de Jesus.
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